G20 2024 prioriza energias renováveis e justiça climática
Nos dias 18 e 19 de novembro, acontece a próxima cúpula do G20, um dos fóruns globais mais influentes para questões econômicas, que reúne as 19 principais economias do mundo e a União Europeia.
Em 2024, o Brasil assumiu a presidência do G20 com foco em promover o desenvolvimento sustentável, colocando a agenda climática e a transição para energias limpas no centro das discussões globais. A liderança brasileira busca fomentar parcerias para combater as mudanças climáticas e incentivar a economia verde, visando a justiça climática e uma transição energética inclusiva e responsável.
O grupo desempenha um papel crucial na definição de diretrizes e metas globais, dada a sua responsabilidade por cerca de 80% do PIB mundial e 75% das emissões de gases de efeito estufa.
A transição energética ocupa lugar de destaque na agenda do G20, que tem o compromisso de reduzir o impacto ambiental de suas economias. Esse movimento é impulsionado não apenas pelo aumento nas temperaturas globais e pela necessidade de redução das emissões de carbono, mas também pelos riscos crescentes de desastres naturais e pressões econômicas de um sistema energético insustentável.
Entre os principais desafios discutidos pelo G20 está o financiamento da transição para energias limpas. Muitos países em desenvolvimento, que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis, enfrentam dificuldades financeiras para implementar tecnologias mais sustentáveis.
Para endereçar essa questão, o G20 promove o diálogo sobre fundos climáticos e incentivos econômicos que viabilizem a implantação de tecnologias como energia solar, eólica e hidrogênio verde, mesmo em contextos em que os recursos são limitados.
Iniciativas e compromissos do G20
Durante as últimas cúpulas, os líderes do G20 reafirmaram seu compromisso com o Acordo de Paris e se propuseram a buscar uma meta ambiciosa de emissões líquidas zero até meados do século.
Para isso, estabeleceram metas concretas para promover o uso de energias renováveis e aumentar a eficiência energética em setores estratégicos, como transporte, construção e indústria. Também discutiram a criação de um mercado de carbono global para reduzir as emissões e atrair investimentos para fontes limpas.
Uma das estratégias discutidas pelo grupo é o estímulo à pesquisa e ao desenvolvimento de novas tecnologias sustentáveis. Países membros vêm investindo em inovação para aprimorar a capacidade e a viabilidade econômica de tecnologias como baterias de longa duração, que possibilitam o armazenamento eficiente de energia solar e eólica, e hidrogênio verde, que apresenta um potencial significativo para substituir combustíveis fósseis em processos industriais e no transporte pesado.
Cenário no Brasil
Segundo dados da Climate Transparency 2022, consórcio global que tem o objetivo de estimular a descarbonização entre os países do G20, o Brasil é o país que possui a maior matriz energética e mais renovável entre as maiores economias do mundo. No país, cerca de 80% da geração de energia elétrica tem origem em fontes renováveis, nos Estados Unidos esse percentual é de 21%, na França 29%, na Rússia 20% e na África do Sul apenas 9%.
No início de setembro de 2024, o Senado Federal deu aval a um projeto de lei que visa impulsionar a indústria de hidrogênio verde no Brasil, concedendo incentivos fiscais de até R$ 18,3 bilhões ao setor ao longo de cinco anos.
A proposta, elaborada em parceria com o Palácio do Planalto e apresentada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), tem como objetivo estimular a produção de hidrogênio verde, uma fonte de energia renovável e de baixa emissão de carbono. O projeto faz parte do Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro), que também busca descarbonizar a matriz energética brasileira.