Pesquisa revela que sustentabilidade empresarial é uma das prioridades de líderes da América Latina
Tecnologia, stakeholders e clientes são alguns dos agentes transformadores para uma mudança eficaz na sustentabilidade empresarial
A sustentabilidade empresarial deixou de ser uma pauta e se transformou no propósito de muitas instituições. No Brasil existem inúmeras empresas com iniciativas consideradas inovadoras no assunto, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido.
Para estimular as discussões sobre essa temática tão importante, a CIO Research, em parceria com a SEEKMENT e apoio da SAP, produziu o relatório “A sustentabilidade na agenda dos líderes da América Latina”.
Por meio de entrevistas com diretores e gerentes de algumas das mais importantes empresas do continente americano, o levantamento investiga como as organizações enxergam a sustentabilidade em seus negócios e como o tema tem avançado em suas agendas.
A pesquisa aconteceu entre outubro e novembro de 2020 e contou com mais de 450 profissionais de nível sênior das principais médias e grandes empresas da Argentina, do Brasil, da Colômbia e do México.Com as informações coletadas, foi possível apresentar análises dos avanços, impacto da sustentabilidade empresarial nos negócios, experiências de empresas, implementação de estratégias e tendências para a temática no futuro.
Sustentabilidade empresarial cresce em empresas latino-americanas
De acordo com a pesquisa, 45% dos entrevistados afirmaram que possuem um plano de estratégias sobre o assunto nas empresas onde atuam. Cerca de 22% dos respondentes afirmaram que estão trabalhando para implementar uma política sustentável nas empresas.
Ao serem perguntados sobre a responsabilidade de inserir o tema no ambiente corporativo, 25% dos participantes afirmaram que essa tarefa deve ser do Chief Executive Officer (CEO) e do Chief Financial Officer (CFO).
Entre as organizações brasileiras que participaram da pesquisa, 77% são empresas do setor de serviços, enquanto os outros 23% são produtoras de bens de consumo.
Lucratividade sustentável
Na época do surgimento da pauta no meio corporativo, existia uma distância entre ser sustentável e se manter lucrativo no mercado. As informações coletadas para o relatório indicam um novo cenário.
Aproximadamente 60% dos entrevistados consideram a sustentabilidade como fator crucial para alcançar os lucros desejados; cerca de 29% indicaram que o tema gera pouco lucro.
Embora exista o conceito equivocado de que estratégias sustentáveis tornam empresas lucrativas por si só, é preciso reforçar que este é apenas um dos benefícios que a temática agrega às empresas.
As práticas sustentáveis impactam os valores da empresa, aumentam o valor da marca, elevam o poder de atração e resultam na retenção de talentos.
Quem são os agentes de transformação?
- Clientes, colaboradores e fornecedores – para os CEOs, estratégias sustentáveis podem influenciar diferentes aspectos de um negócio, como vendas, o valor agregado da empresa e o peso da marca empregadora;
- Stakeholders – estão uma pressão importante para que sejam implementadas novas medidas com o meio ambiente e também com a comunidade;
- Líderes – 28% dos CEOs planejam aumentar o investimento utilizado em criação de estratégias de sustentabilidade até o final de 2021, e outros 25% pretendem manter a verba alocada mesmo com os impactos causados pela pandemia do novo coronavírus (covid-19).
As tendências da sustentabilidade empresarial para o futuro
Um dos pontos que os entrevistados afirmaram que é fundamental quando se trata de sustentabilidade é medir e monitorar indicadores, também conhecidos como Key Performance Indicators (KPIs).
Entre os países próximos ao Brasil, uma das tendências é entender os impactos da pegada de carbono e da importância da economia circular.
Outro fator indispensável é a utilização da tecnologia para impulsionar a sustentabilidade. No Brasil, 39% dos executivos utilizam esse recurso e outros 30% disseram que estão em processo de avaliação para implantá-lo.
Por fim, mas não menos importante, estima-se que 29% das organizações irão aumentar seus investimentos em práticas sustentáveis e 29% pretendem manter seus investimentos para o próximo ano.
A pesquisa entrevistou CEOs (34%), seguidos por CIOs (17%). As respostas foram organizadas entre organizações produtoras de bens (47%) e empresas prestadoras de serviços (53%). Entre as produtoras de bens, estão as categorias: Petróleo & Gás; Mineração; Agroindústria; Automotiva; Farmacêutica; Construção; e Bens de Consumo.
Entre as prestadoras de serviços, estão: Serviços Financeiros; Varejo; Saúde; Telecomunicações; e Viagens e Lazer.