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Como realizar um IPO na minha empresa?

27 julho, 2021

Confira o passo a passo para iniciar o processo de IPO no seu empreendimento

Em nosso artigo anterior, falamos sobre IPO. Mais especificamente, esclarecemos o que é esse recurso, como ele funciona, apresentamos os dois tipos de oferta disponíveis e elencamos algumas vantagens e desvantagens para empresas que desejam abrir capital.

Ainda que 2020 e 2021 não tenham sido os melhores anos para a economia, em 2020, a B3 registrou 28 IPOs e 25 ofertas subsequentes, num total de 53 operações, o que representa o maior número desde 2007.

Ao todo, a bolsa de valores possui cerca de 350 companhias listadas. Nos primeiros dois meses de 2021, mais 15 novas empresas abriram seu capital.

Se você tem interesse em saber como proceder para realizar IPO passo a passo, confira este artigo!

Primeiramente, é preciso relembrar os pré-requisitos para a abertura de capital de uma empresa:

  • Ser organização fundada sob a classificação de Sociedade Anônima (S.A.);
  • Ter três anos de balanço auditado por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (ou ser auditado desde a fundação para empresas com menos de 3 anos);
  • Ter o providenciar um registro de companhia na categoria A na CVM;
  • Possuir, no quadro de colaboradores, diretor de Regimento Interno (RI) Estatutário e Conselho de Administração;
  • Identificar o segmento de listagem e fazer o pedido na Bolsa de Valores;
  • Definir estratégia de oferta e registrá-la na CVM para ICVM 400.



Passo a passo para uma oferta inicial de ações – IPO

Análise de conveniência do processo de IPO

Abrir uma oferta inicial de ações é uma decisão muito importante para qualquer companhia privada. Portanto, é fundamental fazer uma análise minuciosa da empresa e entender se, de fato, iniciar um processo de IPO será vantajoso para a organização.

Engajamento dos administradores

O IPO muda, para sempre, a forma de gestão da empresa. Ao iniciar esse processo, é necessário atender novas exigências. Estas irão demandar um novo conjunto de habilidades por parte dos administradores e colaboradores. Para que o percurso seja de sucesso, converse com responsáveis pela empresa e fale sobre os desafios que cada um pode enfrentar.

Prepare sua empresa para o IPO

Uma das exigências para empresas que pretendem abrir capital é adotar novos processos de controle e gestão. Geralmente, o processo se inicia com 24 a 36 meses de antecedência.

A medida é uma forma de cumprir as exigências contábeis legais e também um método eficaz para que a empresa se reestruture do ponto de vista de mudança de gestão e de controles internos.

Para que tudo ocorra no prazo estipulado, uma alternativa viável é desenvolver um planejamento. O material deve conter:

  • Análise do cumprimento dos requisitos legais, que estão previstos especialmente na Lei n.º 6.404/76;
  • Tipo de oferta, regulada pela ICVM 400 ou ICVM 476 (instruções normativas da CVM que estabelecem diretrizes para as ofertas públicas de distribuição de valores mobiliários), estrutura da oferta (primária, secundária ou primária e secundária) e segmento de listagem da Bolsa de Valores;
  • Documento com todos os custos legais, institucionais, publicação, intermediação, auditoria e advogados (internos e consultores);
  • Parecer técnico sobre a estrutura e práticas de governança que a empresa irá adotar;
  • Cronograma com todas as etapas do processo;
  • Definição da equipe responsável (assessores) pelo IPO.

Em seguida, a empresa deve realizar uma revisão minuciosa da governança corporativa. Esse é o momento em que a empresa define quais serão os participantes do Comitê de Auditoria para estipular políticas e regimentos que serão seguidos durante e o processo.




Em qual mercado vou negociar?

A próxima etapa, tão importante quanto as anteriores, é selecionar o mercado onde negociar as ações. No cenário atual, o empresário pode escolher entre uma vasta gama de opções como bolsas de valores nacionais, internacionais ou em dupla listagem.

A seleção deve ser muito consciente, pois a decisão irá impactar não apenas a valorização da empresa e o contato com investidores, como também na estrutura, processos e estratégia do negócio no futuro. Para escolher a melhor opção, é importante levar em consideração as ambições de curto e longo prazo da empresa.

Recomenda-se observar atentamente os tópicos abaixo para definir o mercado onde negociar as ações:

  • A valorização que o empresário deseja;
  • A base de investidores;
  • Liquidez de longo prazo no mercado e o apetite atual por novas listagens;
  • Os requisitos que o mercado exige, inclusive obrigações de compliance;
  • As escolhas dos concorrentes;
  • As condições econômicas locais de onde o empreendimento está localizado;
  • O grau de prestígio do índice;
  • Oportunidade correta de entrada no mercado;
  • Aspectos culturais como idioma e fuso horário;
  • Custo da listagem.



Listagem e registro da companhia para o IPO

Nesta fase, membros do comitê devem solicitar o registro de companhia aberta e o registro da oferta pública de distribuição de ações junto à CVM.

Do mesmo modo, é preciso pedir a listagem e admissão das ações à Bolsa de Valores. Entre as opções, é possível escolher entre os segmentos de listagem Nível 1, Nível 2, Novo Mercado, Bovespa Mais e Bovespa Mais Nível 2.

Em cada uma delas, há maior nível de exigência em relação às práticas de governança corporativa. Entre as opções citadas, a “Novo Mercado” é mais sofisticada e a preferida pela maioria dos investidores e, portanto, mais acessada entre as empresas nos últimos anos.




Prospecto de oferta

A próxima etapa é criar o prospecto da oferta, onde estão as informações importantes sobre a distribuição das ações. Nele, você entende tudo sobre o negócio da empresa, setor em que ela atua ou como investe os recursos captados (locação do imóvel ou construção de um edifício, por exemplo), e como os investidores serão remunerados com os lucros da venda de ações.

Este documento contempla também informações como planos da companhia; momento atual do mercado; os riscos do empreendimento; o quadro administrativo da empresa e outras informações fundamentais para que investidores tenham parâmetros para decidir se devem ou não se tornarem sócios daquela companhia ou investirem naquele fundo.

Os dados do documento são divididos em dois tipos

  • Uma parte contém os dados sobre a oferta que está sendo realizada;
  • A outra concentrada no formulário de referência, que faz parte integrante do prospecto, contendo dados sobre a empresa.



Roadshow

O Roadshow é o momento em que os bancos coordenadores de IPO se encontram com analistas financeiros, corretoras e possíveis investidores. O objetivo destas reuniões é apresentar a empresa, demonstrar sua performance financeira, os negócios de forma a atrair o interesse dos investidores.

Esse é um momento crucial para o desenrolar da abertura de capital. Geralmente, diretor financeiro e diretor presidente são os mais indicados para o encontro. Recomenda-se que as pessoas que irão apresentar o empreendimento preparem uma boa tese para conquistar os investidores e convencê-los de que o negócio é uma ótima opção de investimento.




Período de reserva e bookbuilding

O período de reserva é o tempo estipulado na oferta para pedidos de reserva de investidores não institucionais. Estes, geralmente, são pessoas físicas que realizam os pedidos por meio de suas corretoras. Eles devem enviar os pedidos de compra com o  número de ações que pretendem adquirir e o valor máximo que estão dispostos a pagar por cada ação.

Por outro lado, o bookbuilding é a formação de um livro de demanda por preço para definir o preço das ações e a respectiva alocação entre os investidores. Participam desse procedimento investidores institucionais (fundos de investimento, fundos de pensão etc.) apresentando suas ordens de investimento.

Dessa forma, a empresa conhece a receptividade da oferta pelo mercado e consegue definir um preço que se adeque à expectativa dos compradores para garantir o sucesso do IPO, inclusive na negociação pública após a venda inicial.




Qual a importância do BPO ou de um ERP no processo?

Um dos principais aspectos é a facilidade ao acesso de informações necessárias para o IPO. Entre elas, dados contábeis, fiscais, financeiros que, com o apoio de um serviço de BPO ou o seu próprio ERP, ficam muito mais práticos.

Quanto mais ágil for a coleta de informações, melhor. Se a empresa contar com um ERP que armazene informações em nuvem, além de facilitar a compilação de dados, o acesso será mais prático e rápido.




Conclusão

Realizar IPO é um grande desafio para qualquer empreendedor. A chave para um processo de sucesso é planejamento. Embora o percurso seja demorado e bastante sinuoso, se os responsáveis se preparam com antecedência, se organizam com todas as responsabilidades que o recurso exige, é muito mais fácil chegar a um resultado satisfatório.

Por se tratar de um processo minucioso, recomenda-se a contratação de especialistas para compor o comitê de IPO da sua empresa. Assim, é possível prever riscos, evitar problemas ao longo do processo e realizá-lo com mais segurança para a empresa e demais pessoas envolvidas.
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