O que é Gig Economy e que mudanças o conceito traz para o mercado de trabalho?
Gig Economy é tendência em diversos países e promete uma revolução nas relações de trabalho
Conhece o termo Gig Economy? Aqui no Brasil, ela tem sido chamada de “economia sob demanda”. Este conceito de economia surgiu há alguns anos, mas se popularizou recentemente impulsionado pela transformação digital e pelas empresas da chamada Nova Economia.
De forma bastante objetiva, a Gig Economy é um novo modelo de relação trabalhista que pretende beneficiar tanto pessoas que estão em busca de novas fontes de renda como clientes que precisam de profissionais que possam realizar tarefas ou trabalhos pontuais sem que haja, necessariamente, um vínculo empregatício.
Estão neste nicho profissionais autônomos e freelancers que, geralmente, procuram formas de complementar suas fontes de recurso financeiro.
Nos Estados Unidos, a prática já é uma tendência desde 2018 quando 81,5 milhões de cidadãos já participavam deste modelo econômico. Segundo um relatório da Freelancer Union, no início da pandemia do novo coronavírus (covid-19), 57 milhões de estadunidenses ganhavam a vida ou complementavam suas rendas por meio da Gig Economy.
Entre as áreas que mais apresentaram crescimento neste modelo estão as vendas diretas, marketing digital, programação, escrita e tradução textual, transportes urbanos, entregas em domicílio e assistentes virtuais.
O que a chegada da Gig Economy representa para o mercado?
O que se espera com a potencialização desse modelo econômico é a construção de novas relações de trabalho. Isso significa que aquele formato tradicional de trabalho, com carga horária fixa, postos de trabalho em escritórios e outras características mais, será substituído, em partes, por versões mais livres e com mais flexibilidade para ambos os lados.
Você, muito provavelmente, já deve ter utilizado serviços no formato Gig Economy quando, por exemplo, precisou de uma corrida de Uber ou 99 Taxi, quando quis viajar e, em vez de reservar um quarto de hotel, alugou um apartamento no AirBnb, ou então, quando, no fim de semana preferiu pedir uma refeição no iFood, em vez de prepará-la em casa.
Os exemplos nos mostram, e enfatizam, a importância de novos formatos de prestação de serviços para o crescimento da economia. Um dos aspectos positivos dessa realidade efervescente é que, em virtude da pandemia, o mercado abriu espaço para empreendedores dos mais diversos segmentos com serviços ainda não muito explorados.
Quer ver só? Dados de uma pesquisa realizada pela McKinsey Global Institute mostram que entre 20% e 33% da população em idade ativa na Europa e nos Estados Unidos realiza trabalhos neste novo formato.
Nem só de Gig Economy viverá a sociedade
Como se sabe, o mundo tem enfrentado uma crise econômica desde o início da pandemia. Se por um lado o modelo de Gig Economy beneficiou muitos setores, por outro mostrou que essa realidade pode oscilar, e muito, dependendo do contexto em que se vive.
Como foi mencionado anteriormente, trabalhos como marketing digital e escrita ganharam destaque pelo fato de serem tarefas que podem ser realizadas em casa. Em contrapartida, com a chegada da pandemia e as recomendações de segurança como o isolamento social, muitos motoristas autônomos, como os da Uber e da 99Taxi, viram suas rendas despencarem porque a maioria das pessoas precisou ficar em casa e consequentemente deixou de utilizar esse tipo de serviço.
Portanto, mesmo sendo uma tendência, é um formato que precisa e vai passar por muitas mudanças nos próximos anos até chegar ao seu estágio consolidado, se é que isso pode acontecer, tendo em vista as diferenças entre os segmentos de trabalho disponíveis no mercado.
E como fica a situação no Brasil?
No Brasil, o cenário não é muito diferente do que se vê no exterior. Em termos de crescimento, o País mostra que vem crescendo o número de empreendedores, autônomos e freelancers desde o início da pandemia.
De acordo com dados do Portal do Empreendedor, até março de 2020, o Brasil contava com 9,8 milhões de empreendedores registrados no programa de Microempreendedor Individual (MEI). Em dezembro daquele mesmo ano o número subiu para pouco mais de 11 milhões de cadastrados.
Somado aos mais de 7,5 milhões de micro e pequenas empresas, esse total representa 99% dos negócios e aproximadamente 30% do PIB brasileiro.
Que a Gig Economy veio pra ficar não há dúvidas. Resta aguardar para saber como ela vai se moldar ao longo dos próximos anos com tantas mudanças na sociedade, na economia e no mercado de trabalho.
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